Na última sexta-feira, 26/9, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região promoveu o evento “Acessibilidade e Inclusão: Superando barreiras e abrindo espaço para a pluralidade”, em alusão ao Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência e à luta contra o capacitismo. Realizada no Laboratório de Inovação (Co.Labora 15), a atividade foi promovida pela Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal, em parceria com a Escola Judicial (Ejud-15).

A abertura da programação, no período da manhã, contou com a presença do desembargador Fábio Bueno de Aguiar, coordenador da Comissão de Acessibilidade e Inclusão, da procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, Alvamari Cassillo Tebet, do juiz auxiliar da Vice-Corregedoria e membro da comissão organizadora do evento, Alessandro Tristão, e do juiz do TRT da 2ª Região, Márcio Aparecido da Cruz Germano.

O desembargador Fábio Aguiar destacou a relevância do espaço Co.Labora 15, que “simboliza um Judiciário além das togas e das sessões formais, abrindo espaço para a criação e o diálogo”. Ele relembrou a origem do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, associando-o ao florescimento da cidadania, e destacou que é preciso transformar os avanços legais em práticas concretas e cotidianas de inclusão.[

A procuradora-chefe do MPT, Alvamari Tebet, classificou o evento como um compromisso ético com a inclusão, considerando que o direito ao trabalho, garantido pela Constituição, ainda enfrenta barreiras que vão além da acessibilidade física. Segundo a procuradora, o papel das instituições públicas é atuar de forma articulada com empresas e sociedade civil para garantir não apenas o acesso, mas também a permanência das pessoas com deficiência em ambientes diversos, respeitosos e acolhedores.

O diretor da EJud-15, Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo, cumprimentou os presentes por meio de uma mensagem de vídeo, ressaltando que o seminário reforça que inclusão não é um gesto de boa vontade, mas um direito assegurado. Ele convidou os participantes a refletirem sobre suas responsabilidades e a trabalharem ativamente na remoção de barreiras, lembrando que a deficiência não deve ser vista como limitação, mas como parte da diversidade que fortalece a sociedade.

O Coral de Libras do TRT-15 deu início às atividades, interpretando a canção “Aquarela” (Toquinho). Na sequência, foi apresentado o painel “Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mundo do Trabalho”, conduzido pelo juiz Márcio Aparecido da Cruz Germano (TRT-2) e mediado pelo juiz Alessandro Tristão.

O palestrante, juiz Márcio, compartilhou sua trajetória como pessoa com deficiência visual, abordando os inúmeros desafios enfrentados no cotidiano e a importância da construção de um ambiente laboral inclusivo e acessível para todos.

O 2º painel contou com o “Relato de Experiência” do professor de música Daniel Henrique Sant’Anna, que partilhou sua história acadêmica e profissional como pessoa com deficiência visual.

Finalizando as atividades da manhã, o professor Daniel se apresentou ao lado da estudante Mariana Moraes Bueno de Aguiar, pessoa com Transtorno do Espectro Austista e filha do desembargador Fábio Aguiar. Juntos interpretaram as músicas “Sonho Impossível” (Chico Buarque), e “Sentimentos São”, do repertório da peça A Bela e a Fera.

A presidente do TRT-15, desembargadora Ana Paula Pellegrina Lockmann, participou da abertura das atividades da tarde. Em sua fala, destacou que acessibilidade e inclusão são pilares da dignidade da pessoa humana, e que ambientes verdadeiramente inclusivos rompem barreiras culturais ao reconhecerem a singularidade de cada indivíduo como fonte de riqueza. A magistrada reforçou o compromisso do Tribunal com políticas institucionais de inclusão e mencionou iniciativas já implantadas, como o balcão visual e a presença de intérpretes de Libras em eventos e audiências. “Acessibilidade não é favor, é direito”, afirmou a presidente, destacando ainda a importância de promover trocas entre o setor público e o privado para construir ambientes de trabalho mais plurais e diversos.

Ao longo da tarde, empresas e instituições que já desenvolvem projetos voltados à inclusão de pessoas com deficiência apresentaram suas boas práticas. As apresentações trouxeram experiências concretas relacionadas à contratação, formação, acessibilidade arquitetônica e uso de tecnologias assistivas, inspirando novos caminhos para a inclusão no mundo do trabalho. Participaram do evento Instituto Adimax, Padaria Real, Hyundai Motor Brasil, Sorri Campinas, Robert Bosch Ltda, Mondelez Brasil Ltda, Foxconn Brasil, Centro PAICA, Tecumseh do Brasil, CESD – Centro Síndrome de Down, Prefeitura Municipal de Campinas, APAE Tatuí, Sanofi Medley, Fluidez RH, Vivo, CPFL e Villares Metals.

Assista ao evento na íntegra:

parte da manhã.
parte da tarde.